14 de Fevereiro, 2009
Dieta do paleolítico evita perigo das lectinas dos cereais, um factor de risco cardiovascular e para a saúde em geral ainda pouco conhecido
Autor: O Primitivo. Categoria: Dieta| Primitivos
Vídeo: The Paleo Diet (Youtube).
A dieta do Paleolítico
O tipo de alimentação conhecido por dieta do paleolítico é o que se julga ter sido a alimentação dos humanos que viveram entre 40 000 e 10 000 anos antes de nós.
Há 10 000 anos a civilização humana começou a utilizar o fogo. Este facto veio modificar radicalmente a alimentação humana pois permitiu começar a cozinhar os alimentos.
A dieta do paleolítico é pois o regime alimentar usado pelos humanos antes de terem a possibilidade de cozinhar os alimentos e antes de terem iniciado as actividades de produção agrícola.
Nessa época os humanos eram caçadores recolectores.
Que alimentos comiam esses nossos antepassados?
Comiam toda a carne de caça que conseguiam, insectos, ovos, algumas raízes, abundante quantidade de folhas, frutos, bagas e sementes oleaginosas. Em algumas regiões dos grandes lagos e da orla costeira de África, comiam ainda peixe, marisco e bivalves.
Sob o ponto de vista nutricional a dieta do paleolítico tem as seguintes características:
É muito rica em fibras (algumas raízes, abundante quantidade de folhas, frutos, bagas e sementes);
É muito rica em proteínas (carne de caça, insectos, ovos, peixe, marisco e bivalves);
Tem grande quantidade de óleos polinsaturados essenciais ómega 3 (peixe, marisco e bivalves);
É muito rica em vitaminas, minerais e antioxidantes (abundante quantidade de folhas, frutos, bagas);
Tem pequena quantidade de gordura saturada (a carne de caça é pobre em gordura saturada e tem alguns óleos ómega 3);
Não tem hidratos de carbono de alto ou médio índice glicémico;
Não tem lácteos nem derivados.Em resumo podemos dizer que a dieta do paleolítico era rica em proteínas, moderada em gordura, baixa a moderada em carbo-hidratos, rica em fibras, com baixo conteúdo em sal e muito rica em vitaminas minerais e antioxidantes.
(…)
A dieta do paleolítico evita o perigo das lectinas dos cereais
Nessa época muito distante a espécie humana aprendeu que muitos tubérculos, grãos de cereais e leguminosas não podiam ser comidos, pois causavam avultados danos no organismo. Eram simplesmente tóxicos.
Com a possibilidade de cozer os alimentos verificou-se que tubérculos e grãos, que eram tóxicos se comidos crus, passavam a ser melhor tolerados quando cozinhados. Cereais e tubérculos vieram então a integrar a alimentação humana e foram tanto mais utilizados quanto a agricultura se desenvolveu e permitiu a sua produção em maior escala.
Hoje sabemos que os grãos de cereais e alguns tubérculos têm na sua superfície lectinas, substâncias químicas que servem para defender esses grãos do ataque de microrganismos - bactérias, vírus, fungos e parasitas - e que são tóxicas para o nosso organismo, embora possam diminuir a sua toxicidade quando os alimentos são submetidos a cozedura.
As lectinas são, pois, substâncias bioquimicamente muito activas. Trabalhos publicados na última década demonstraram que conseguem manter a sua actividade mesmo depois dos alimentos serem cozinhados.
As lectinas ingeridas com os cereais, as leguminosas e alguns tubérculos estão, recentemente, a ser associadas ao desencadear e manutenção, no organismo humano, de alergias, inflamação e hiperpermeabilidade intestinal bem como a algumas doenças autoimunes.Estes conhecimentos permitem compreender os sucessos que são atribuídos à dieta do paleolítico no equilíbrio e tratamento de doenças alérgicas e autoimunes ou doenças que envolvem processos inflamatórios crónicos.
Que alimentos compõem a actual Dieta do Paleolítico?
Os alimentos constituintes desta dieta definem-se melhor por exclusão. Na Dieta do Paleolítico não podem entrar:
Açúcar ou quaisquer alimentos adoçados;
Leite e todos os alimentos lácteos;
Cereais e todos os alimentos produzidos com cereais;
Batata ou batata doce;
Leguminosas, incluindo, feijão, soja e lentilhas.A Dieta do Paleolítico será então constituída por:
Carne e peixe o menos processada possível. É habitual o recurso a estes alimentos crus ou fumados;
Ovos, marisco e bivalves;
Sementes de oleaginosas;
Legumes folhosos e frutos em abundância. São preferidos os frutos silvestres e os morangos, sendo evitados os frutos que foram sofrendo muitas alterações de melhoria de produção e têm maior valor calórico;
Muito raramente pode ser usado algum mel.Fonte: Viva Saudável.
Ligações relacionadas:
Wheat lectins and heart disease (Cordain)
Leptin and Lectins: parte 1, parte 2 e parte 3.
Whole Health Source - artigos sobre lectinas (Stephan)
Food Lectins in Health and Disease: An Introduction (Dr. Scot Lewey)
The lectin report (Krispin Sullivan)
Lectinas - você sabe o que é isso? (Alimentação Viva)
The deflamation guidelines (Dr. Seaman)
Lectina (Wikipedia)