18 de Julho, 2009
Women’s Health Initiative Study, uma prova estrondosa de que dietas ‘low-fat’ simplesmente não funcionam, mas mesmo assim os defensores desta ‘jihad’ nutricional não desarmam
415 milhões de dólares não chegaram
O Women’s Health Initiative Study foi um dos maiores estudos levados a cabo até hoje. Envolvendo a observação de 49.000 mulheres pós-menopáusicas por um período de 8 anos, tinha por objectivo, designadamente, explorar a ligação entre as dietas pobres em gorduras e a saúde humana. Iniciado em 1991, a sua intervenção nutricional preconizou uma redução de 20% no aporte calorico por via de gorduras, acompanhado de um incremento nos vegetais/fruta (5 ou mais porções diárias) e também de cereais (6 ou mais porções). Mas o que demonstrou foi não existir qualquer vantagem desta dieta no que respeita ao risco de uma série de condições, como cancro da mama, do cólon e também de doenças cardiovasculares. Nem se verificou qualquer diferença no que respeita à mortalidade total. Inclusivamente, em mulheres com doença cardiovascular, a dieta "low-fat" até agravou essa condição em 26%.
É importante ter presente que este foi um estudo de enormíssima envergadura, tendo custado a módica quantia de 415 milhões de dólares, tantos milhões quanto o Mike Tyson ganhou em toda a sua carreira. Mas, infelizmente para o lóbie "low-fat", a espectacularidade dos resultados desta ensaio colossal foi inversamente proporcional ao seu gasto, ou seja, no final os proponentes "low-fat" não tinham nenhumas razões para abrir o champanhe. Muito pelo contrário, até o risco de cancro da mama, um dos grandes objectivos do estudo, resultou somente numa parca redução relativa da ordem dos 9%, falhando rotundamente até em demonstrar significância estatística (Note que este valor de 9% é um rácio relativo ao do grupo placebo, e não o que de facto interessa, que é a diferença de riscos absolutos).
O desespero dos "especialistas"
Naturalmente, para um "especialista" determinado em defender religiosamente uma crença, neste caso a alegada validade de uma dieta "low-fat", portanto pobre em gorduras - e também, note muito bem, pobre em gorduras saturadas, daquelas que nos dizem que entopem as artérias todas e causam doença cardiovascular, mas neste estudo curiosamente a sua diminuição não produziu qualquer benefício, o risco cardiovascular até se agravou no caso de mulheres já com a doença -, quando um estudo não produz os resultados que espera, só há uma hipótese: o estudo foi mal concebido, mal conduzido e mal interpretado. E vai daí começa a elaborar toda uma panóplia de argumentos para tentar diminuir o estudo oficial mais custoso de toda a história da investigação científica envolvendo a sua dieta favorita, a dieta pobre em gorduras! A este respeito, veja os artigos que se seguem.
Negative Women’s Health Initiative Findings Stir Consternation, Debate Among Researchers
The Women’s Health Initiative: implications for clinicians
The Women’s Health Initiative. What is on trial: nutrition and and chronic disease? Or misinterpreted science, media havoc and the sound of silence from peers?
Statistical Issues Arising in the Women’s Health Initiative
The women’s health initiative - curse or blessing?
Study Yields Murky Signals on Low-Fat Diets and Disease
Communicating Medical News - Pitfalls of Health Care Journalism
Published WHI papers
É o próprio corpo que pede gorduras
Um dos principais argumentos dos "lowfatianos" foi a suposta falta de aderência à dieta pobre em gorduras. Com efeito, ao fim de 6 anos, os aventureiros que preferiram ficar no grupo de intervenção, já estavam fartos e com uma dieta com 30% de energia proveniente de gorduras, muito próxima dos inconscientes que não aderiram à dieta. Esta falta de aderência a uma dieta exótica como é a "low-fat", causadora de fome porque desregula os mecanismos de saciedade, também deveria constituir motivo para reflexão. Se é o nosso próprio corpo que pede gorduras, porque qualquer dieta hipolipídica é insustentável, faz algum sentido estarmos a privá-lo das mesmas? É que seguramente você não vai viver mais anos pelo simples facto de se privar de gorduras, sejam elas saturadas ou outras quaisquer.
Eu acredito inclusivamente, tendo por suporte um conjunto razoável de evidência epidemiológica, e apesar da realidade ser ilusória não convém fechar-lhe os olhos, que dietas hiperlipídicas são efectivamente cardioprotectoras, não necessariamente por algum efeito benéfico das gorduras mas até mais provavelmente pelo facto de estarem a substituir outras coisas nocivas (talvez os amidos/cereais "saudáveis" da roda alimentar oficial?). E sendo estas doenças a principal causa de morte da civilização, se você privilegiar/incrementar, NUM CONTEXTO CALÓRICO SENSATO, certo tipo de gorduras, de preferência monoinsaturadas e saturadas, e evitar os óleos vegetais poliinsaturados "saudáveis" recomendados pela OMS, reduzindo em simultâneo essas massas, arrozes e batatas que os modernos nutricionistas adoram recomendar, muito provavelmente estará a prolongar MUITO a sua vida. Mas é claro, qualquer médico vai lhe dizer que está é uma recomendação do Diabo!
Sugestões finais
Para terminar, veja estes dois vídeos-notícia do canal americano ABC: este e depois este.
Fica também uma sugestão de leitura: Low-fat diet is stupid and dangerous, um artigo de Anthony Colpo.