02 de Abril, 2009
Ordem dos Médicos Britânica reconhece importância do paradigma das dietas primitivas
Autor: O Primitivo. Categoria: Primitivos| Saúde
A Comissão Cientifica da Ordem dos Médicos Britânica divulgou muito recentemente, em Março de 2009, um relatório sobre saúde e nutrição nos primeiros tempos de vida, relativa aos fetos e recém-nascidos, intitulado "Early life nutrition and lifelong health" (Feb/2009), onde reconhece a importância do paradigma das dietas primitivas, portanto em consonância com o percurso evolucionário do genoma humano. Note-se, no gráfico abaixo, a ausência, nas fontes energéticas de caçadores-recolectores, designadamente dos cereais, do leite e seus derivados, de açúcares e adoçantes, de gorduras isoladas e de álcool, (anti-?)nutrientes estes que constituem hoje mais de 50% do nosso aporte energético.
Figura: The human dietary transition: estimated dietary components in Palaeolithic human ancestors, based in part on hunter-gatherer diets, compared with those in contemporary United States of America (USA). Note the relatively high protein and low carbohydrate content of the hunter-gatherer diet. Source: Eaton SB & Cordain L (1997). Evolutionary aspects of diet: old genes, new fuels. Nutritional changes since agriculture. World Review of Nutrition and Dietetics 81: 26-37. Modified after Cordain L, Eaton SB, Brand Miller J et al (2002) The paradoxical nature of hunter-gatherer diets: meat-based, yet non-atherogenic. European Journal of Clinical Nutrition 56: S42-52. Fonte: British Medical Association (2009).
Nesse relatório pode ler-se esta frase, que constitui o paradigma central que falta actualmente às autoridades de saúde modernas para compreenderem as doenças da civilização, e que diz que "os humanos evoluíram consumindo dietas muito diferentes das consumidas actualmente por muitas pessoas. Isto faz com que a nossa fisiologia esteja potencialmente desfasada dos nossos estilos de vida contemporâneos, aumentando os riscos de doença". Como é evidente, não é a nossa fisiologia que está desfasada do que quer que seja, mas antes os nossos estilos de vida é que se encontram desorientados, por serem totalmente novos e estranhos à nossa fisiologia ancestral.
Convém ter presente que a vida primitiva não é unicamente uma dieta, mas antes uma forma de vida, marcadamente diferente da existente na civilização. No que respeita à nutrição, conforme explicado por Boyd Eaton, Loren Cordain e Staffan Lindeberg, as diferenças vão muito além das quantidades e tipos de hidratos de carbono (percentualmente e em valor absoluto, menores) ou dos aportes proteícos (nos mesmos termos, provavelmente superiores), reflectindo-se também no balanço ácido-alcalino da dieta, na proporção de ácidos gordos ómega-6/ómega-3, no seu potencial insulinogénico (mesmo de forma independente da carga glicémica), na ingestão de fibra, no rácio potássio/sódio, na densidade de micronutrientes, etc.
Há ainda muitos outros factores associados ao estilo de vida, boa parte deles identificados e descritos no artigo de "Saúde, condição física, nutrição e exercício em sociedades primitivas" e que incorporam, numa perspectiva evolucionária, factores pouco lembrados pelas actuais autoridades, mas que afectam a saúde humana, como as lectinas e antigénios dietéticos, a exposição solar/hormona D, a actividade física regular, os padrões de sono, etc.
Para mais informações sobre estes temas visite www.thepaleodiet.com.
"Humans evolved to consume a diet very different from that consumed by many people today. This makes our physiology potentially mismatched to our contemporary lifestyles, increasing the risks of ill health."
Nutritional transitions and patterns of chronic disease
Human diets have changed substantially during the course of our evolution and history.Compared with current diets, the pre-agricultural hunter-gatherer diets of our Palaeolithicancestors were based on wild animal and plant foods and were much higher in protein and lower in carbohydrate.
The introduction of agriculture 10,000 years ago permanently changed the nature of our food supply, as plants and animals were domesticated for the first time. Further dietary change followed the Industrial Revolution, which created opportunities to process foods such as grains and cereals; and the onset of global trading introduced new foods into the UK diet. Our dietary patterns have continued to evolve to the present day – as new food products have become available and we are influenced by dietary trends occurring in other parts of the world.
Although it is argued that this rate of change in diet from Palaeolithic times has been too fast to allow the human genome to adapt, and is linked to the rising incidence of chronic diseases, many of the improvements in nutrition in the UK over the last century have had an enormous beneficial impact on mortality and public health. Diseases such as goitre or rickets, which were historically associated with social deprivation and malnutrition, are now rarely seen. Improved nutrition has therefore played a role in the dramatic increase in life expectancy. Some recent trends, however, are a cause for concern, such as the increase in the sugar and salt content of the diet. These recent dietary changes have also been accompanied by reductions in physical activity, and there is considerable concern about the consequences of the combined effects of these changes on the incidence and patterns of obesity and associated diseases."
Fonte: "Early life nutrition and lifelong health",
British Medical Association (Feb/2009).
Ligações relacionadas:
"Early life nutrition and lifelong health" (Relatório), British Medical Association.