28 de Dezembro, 2008
Óleos vegetais, trigo e açúcares prováveis implicados na actual epidemia de obesidade
Autor: O Primitivo. Categoria: Dieta| Primitivos| Saúde
Informação para uma saúde integral
O Whole Health Source (WHS) tem vindo a publicar recentemente uma série de artigos de elevado interesse. O seu autor, Stephan, um estudante de doutoramento em neurobiologia, interessado no estudo dos estilos de vida de povos primitivos, explora nessa série a génese da actual epidemia de obesidade, contrapondo as fontes lipídica modernas, cada vez mais de origem vegetal, às dos povos pré-industriais, essencialmente de origem animal. Dos citados artigos, porventura os mais significativos serão os seguintes:
* Leptin Resistance and Sugar (26/12/2008)
* Omega-6 Linoleic Acid Suppresses Thyroid Signaling (19/12/2008)
* Vegetable Oil and Weight Gain (16/12/2008)
* U.S. Weight, Lifestyle and Diet Trends, 1970- 2007 (14/12/2008)
* The Myth of the High-Protein Diet (13/12/2008)
* Polyunsaturated Fat Intake: What About Humans? (03/12/2008)
* Polyunsaturated Fat Intake: Effects on the Heart and Brain (30/11/2008)
Um pouco mais antigos mas igualmente com muito interesse, pelas suas informações e enquadramento destes assuntos, destacam-se também estes outros artigos do WHS:
* A Practical Approach to Omega Fats (08/09/2008)
* Omega Fats and Cardiovascular Disease (06/09/2008)
* Vegetable Oil and Homicide (01/09/2008)
* Hyperphagia (08/09/2008)
* Grains and Human Evolution (10/07/2008)
* Wheat is Invading China (08/07/2008)
* Celiac and Fat-Soluble Vitamins (30/06/2008)
Obesidade, a globalização de uma epidemia
Comecemos pelo artigo U.S. Weight, Lifestyle and Diet Trends, 1970- 2007, em que Stephan analisa as estatísticas de evolução do nosso estilo de vida entre 1970 e 2007, obtidas através do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), do Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS) e do U.S. Department of Agriculture (USDA). A obesidade entendida como um IMC acima de 30 kg/m2, e o excesso de peso como um IMC de 25 a 30, têm crescido a um ritmo assustador, afectando hoje adultos e crianças. Desde 1970, os níveis de exercício nos tempos livres têm aumentado mas, ao mesmo tempo, estamos a consumir mais, em média, cerca de 250 kcal em hidratos de carbono.
Também estamos a comer mais vegetais, frutas e mais proteína animal, embora caloricamente talvez menos devido à opção pelas carnes magras de aves/frangos. Estamos igualmente a consumir mais açúcares, principalmente HFCS (xarope de frutose de milho). O leite gordo está em decadência, o leite magro passou a ser o preferido. Também consumimos cada vez mais gorduras adicionadas, em frituras e em saladas, a maioria de origem vegetal, por oposição às naturais da carne/peixe e leite.
Conforme o próprio autor alerta, independentemente de alguma incerteza associada a estes números e tendências, devido às suas diferentes fontes, é seguro que estamos a consumir mais cereais refinados. O trigo (em inglês, "wheat") é o rei dos cereais. E também mais óleos vegetais industriais, como os óleos de soja, de milho e de canola. Stephan chama a atenção para o facto de que, a partir dos anos 80 nos EUA, algo sucedeu nos hábitos alimentares que causou o início da actual epidemia de obesidade.
Da sua análise, destaca o citado aumento do consumo de cereais, em particular do trigo, o aumento dos açúcares (menos açúcar de cana mas mais HFCS) e a substituição das gorduras animais, da carne e do leite, pelas gorduras vegetais, dos óleos já referidos, mantendo-se mais ou menos constante o aporte lipídico.
Stephan refere que a América fez a si própria, e está ainda a fazer, o mesmo que fez às populações indígenas nativas americanas, precisamente com os mesmos resultados. Um exemplo paradigmático é o dos índios pima do Arizona, um dos povos mais afectados pela obesidade e diabetes de todo o mundo.
Foto: "Faces of Central America: San Luis, Ecuador".
Autor: Patrick André Perron (2008).
Gorduras vegetais que o nosso corpo desconhece
Mas o que poderá haver de inconveniente nestas mudanças, por exemplo no tipo de gorduras que consumimos, se nem sequer aumentou o percentual de gorduras ingerido? Este é o tema do artigo que se segue no WHS, com o título Vegetable Oil and Weight Gain e que parte das três grandes modificações na dieta americana atrás indicadas, (i) o aumento dos cereais refinados, (ii) dos açúcares/adoçantes e (iii) a substituição das gorduras animais por vegetais industrializadas, para tentar explicar a razão de neste período ter ocorrido uma quase duplicação da prevalência da obesidade.
O autor do WHS suspeita que o trigo seja um dos principais responsáveis pela actual desregulação metabólica dos nossos mecanismos de regulação energética, o qual, pelo seu potencial simultaneamente inflamatório e hiperfágico, conduz a problemas/sintomas como a obesidade. Aponta também como causa desta epidemia o consumo de açúcar, devido ao seu evidente contributo para os estados hiperinsulinémicos, de resistência à insulina e de síndroma metabólica. Em sua opinião, os óleos vegetais estarão claramente implicados em inúmeras doenças da civilização pois representam um factor verdadeiramente externo, algo que no nosso ambiente mudou dramaticamente nos últimos 100 anos.
Com efeito, até há um século quase todas as gorduras da nossa alimentação eram de origem animal, e terá sido assim para os humanos desde o início dos tempos, com excepção da disponibilidade sazonal, para alguns povos, de nozes e de sementes oleaginosas, gorduras estas naturalmente vegetais. Nos EUA, o consumo de ácidos gordos poliinsaturados (em inglês, "polyunsaturated fats fatty acids" ou PUFA) mais do que triplicou nos últimos 100 anos, estando este aumento ligado praticamente só ao ácido linoleico ómega-6, presente nos óleos como o de soja e de milho. Estas quantidades de ácido linoleico são totalmente estranhas para o corpo humano e produzem efeitos nocivos provavelmente em todos os órgãos do corpo humano.
E são exactamente estes óleos poliinsaturados, "saudáveis" porque são de origem vegetal, que as modernas autoridades de saúde, onde lamentavelmente também se inclui a própria OMS, nos têm recomendado incessantemente nos últimos 50 anos, embora já não tão convictamente por causa da avalancha de estudos que entretanto têm vindo a aparecer e que nada abonam em favor do ácido linoleico. É de se notar que as recomendações oficiais agora se desviam mais para o consumo das gorduras mono-insaturadas, designadamente do azeite. Para os portugueses esta nova estratégia talvez nem se note muito, devido à sua tradição secular de consumo de azeite. Saibamos por isso preservar e até reforçar esta boa tradição.
Recomendações da OMS
"12 steps to healthy(???) eating"
1. Eat a nutritious diet based on a variety of foods originating mainly from plants, rather than animals(???).
2. Eat bread, grains, pasta, rice or potatoes several times per day.
(…)
5. Control fat intake (not more than 30% of daily energy) and replace most saturated fats with unsaturated vegetable oils or soft margarines(???).
6. Replace fatty meat and meat products with beans, legumes, lentils, fish, poultry or lean meat.
7. Use milk and dairy products (kefir, sour milk, yoghurt and cheese) that are low in both fat and salt.
(…)
11. Prepare food in a safe and hygienic way. Steam, bake, boil or microwave to help reduce the amount of added fat.Fonte: 12 steps to healthy eating (OMS).
Poliinsaturadas engordam mais que saturadas
O investigador Stephan fundamenta as suas análises em inúmeros estudos científicos, por exemplo o estudo "Dietary Lipid Profile Is a Determinant of Tissue Phospholipid Fatty Acid Composition and Rate of Weight Gain in Rats", que envolveu ratos em três dietas hipercalóricas, de igual aporte energético e idênticas distribuições por macro-nutrientes, mas com perfis lipídicos distintos, que mantinham a mesma quantidade de ómega-3 de óleo de linhaça mas com quantidades variáveis de ácido linoleico ómega-6. Estas três dietas consistiram em:
* 59% das calorias de gordura de vaca, com 4.4% das calorias em ómega-6;
* 59% das calorias de azeite, com 7.7% das calorias em ómega-6;
* 59% das calorias de óleo de cártamo, com 36.6% das calorias em ómega-6.
Em resultado, todos os ratos ganharam peso e a composição dos seus tecidos adiposos também variou conforme a dieta. No final do estudo, o ácido linoleico no tecido adiposo de cada um dos grupos foi 10.3%, 15.2% e 54.5%, respectivamente. Em relação ao grupo de ratos consumindo a gordura animal, no grupo do azeite verificou-se um aumento de 7.5% de peso e no do cártamo de 12.3%. Todos os ratos ingeriram exactamente o mesmo número de calorias. Talvez a explicação mais óbvia para este fenómeno seja a de que o metabolismo dos ratos foi diminuido em proporção directa à ingestão de ácido linoleico das suas dietas.
E acrescenta ainda, com base no estudo Long term highly saturated fat diet does not induce NASH in Wistar rats, que este efeito não se verifica em aves e que ratos alimentados com uma dieta hiperlipídica de óleo de coco ou manteiga, ambos pobres em ómega-6, não ganham peso mesmo em condições calóricas aumentadas. Por último, acrescenta que o primeiro grupo apresentava maiores concentrações de ómega-3 nos tecidos, apesar do aporte idêntico deste nutriente em todos os grupos, o que evidencia uma eventual eliminação do ómega-3 dos músculos causada pela ingestão acrescida de ómega-6.
Percebe você agora melhor os sérios inconvenientes de, por exemplo, a OMS recomendar a substituição das gorduras animais por vegetais, optando por tudo o que venha de plantas? Ou de substituir a maior parte das gorduras saturadas por óleos vegetais poliinsaturados ou margarinas? Ou, por exemplo, o problema de se alimentar animais para consumo humano à base de cereais, ricos em ómega-6 / ácido linoleico? Ou de um indivíduo se tornar vegetariano e passar a consumir exclusivamente óleos vegetais "saudáveis"? Esta lista seria interminável tal é a presença das gorduras poliinsaturadas em toda a nutrição humana.
Nota: para aumentar o quadro, clique aqui.
Tecido adiposo com excesso ácido linoleico
Mas o que acontecerá quando se alimentam seres humanos com uma dieta "saudável" rica em óleos vegetais cheios de ácido linoleico ómega-6? Ele ganha peso e o teor de ácido linoleico no seu tecido adiposo aumenta, tal como aconteceu nos ratos da experiência acima. Para suporte da sua análise, Stephan refere este outro estudo dos anos 60, intitulado Composition of lipids in human serum and adipose tissue during prolonged feeding of a diet high in unsaturated fat, envolvendo 782 idosos que foram colocados em dietas isocalóricas durante 5 anos, um grupo com uma dieta típica rica em gorduras saturadas e o outro grupo com uma dieta com idêntica distribuição por macro-nutrientes, mas em que as gorduras animais foram substituídas por óleos vegetais ricos em ácido linoleico. Este estudo é, de certa forma, irrepetível, pois foi realizado numa época em que o teor em ácido linoleico do tecido adiposo das pessoas era inferior ao de hoje.
No início deste estudo, a massa gorda de ambos os grupos apresentava um teor de 11% em ácido linoleico. Após o primeiro ano, o grupo do ácido linoleico aumentou para 20% e a partir daqui começou o aumento de peso. Entre o segundo e o terceiro ano, os dois grupos divergiam em apenas cerca de 5% de peso corporal. Após os cinco anos, o grupo do ácido linoleico possuía 32% deste no seu tecido adiposo e a diferença de peso para o outro grupo não diferiu da verificada após 3 anos.
Stephan refere que povos caçadores-colectores primitivos possuiriam valores muito baixos de ácido linoleico no seu tecido adiposo, talvez em percentagens com um único dígito, ou mesmo 1% para alguns grupos, o que evidencia o perfil completamente anti-natural do tecido adiposo humano actual, que deverá rondar os 15 a 25% de ácido linoleico ómega-6 devido, principalmente, a este elevado aporte de óleos vegetais industriais modernos. Acrescenta ainda que, se acreditarmos nestes estudos científicos, os EUA e outros povos industrializados estarão agora em teores de acido linoleico elevados que causam a acumulação de gordura corporal. Um teor de ácido linoleico no tecido adiposo para além dos 20% poderá não implicar mais acumulo de peso.
Figura: Sintomas de hipotiroidismo e de hipertoridismo.
Ácido linoleico promove hipotiroidismo
Mas que fenómeno metabólico fará com que dietas isocalóricas, com igual distribuição em macro-nutrientes mas variáveis em ácido linoleico possam produzir ganhos diferenciados de peso? É este o tema de um outro artigo do WHS, intitulado Omega-6 Linoleic Acid Suppresses Thyroid Signaling. Neste artigo explora-se a relação entre a glândula tiróide e a taxa metabólica, que esta controla segregando duas hormonas, a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), cuja resposta do tecido dependerá necessariamente da quantidade segregada e da sua sensibilidade a essa hormona.
A hipótese subjacente a mais este interessante artigo, tendo por base o facto de que ratos deficientes em ácido linoleico desenvolvem taxas metabólicas anormalmente altas, conforme descrito em The Effect of Essential Fatty Acid Deficiency on Basal Respiration and Function of Liver Mitochondria in Rats, e de que os humanos da experiência acima citada ganharam peso numa dieta rica em ácido linoleico, é a de que o ácido linoleico possuirá a capacidade de suprimir o funcionamento da tiróide. Stephan refere que esta ideia lhe foi apresentada pelo Dr. Ray Peat, que sugere que todas as gorduras poliinsaturadas (PUFA) suprimem o funcionamento da tiróide, pelo que devem ser evitadas ao máximo. Esta possibilidade ou facto é na realidade conhecida desde os anos 70, o que de acordo com o Stephan pode ser confirmado na Pubmed.
A primeira coisa que Stephan pesquisou foi a possibilidade do ácido linoleico reduzir a secreção hormonal de T3 ou T4, o que aparentemente não se verifica. Depois olhou para estudos que avaliassem o efeito do ácido linoleico na sensibilidade dos tecidos às hormonas da tiróide. O que se verifica é que uma dieta com óleo de millho suprime significativamente a resposta do fígado à hormona T4 quando comparada com uma com igual quantidade de banha de porco (5% em peso); uma dieta com óleo de cártamo suprime a resposta do fígado à T3 quando comparado com igual quantidade de gordura de vaca (10% em peso); e uma dieta rica em ácido linoleico suprime a resposta do tecido adiposo castanho (a designada "brown fat") e do fígado igualmente à T3. Stephan refere que isto é muito relevante pois o fígado é um dos locais onde ocorre maior actividade relacionada com hormonas da tiróide, designadamente na produção de energia térmica através de reacções complexas "sódio-potássio ATPase".
Em outro estudo, investigadores demonstraram que ratos numa dieta ad libitum com 20% de gordura de vaca comiam mais, pesavam menos e transportavam menos gordura corporal do que ratos numa dieta com 20% de óleo de cártamo. A actividade sódio-potássio ATPase do fígado neste último caso era 26% inferior, apesar deste resultado não ter sido considerado estatisticamente relevante. A concentração de leptina era muito maior no grupo do óleo de cártamo o que, associado a baixos dispêndios energéticos, pode sugerir a presença de resistência à leptina. Este grupo estava a comer menos e a ganhar mais peso, provavelmente devido ao efeito supressor do ácido linoleico na capacidade do fígado ou então parcialmente devido à referida resistência à leptina.
Stephan refere ainda que nos anos 70 o ácido linoleico estava a ser considerado no tratamento do hipotiroidismo, pelo facto já exposto de que o ácido linoleico pode inibir o funcionamento da tiróide. No final do artigo, um pouco provocatoriamente, sugere então que se juntarmos hipotiródismo autoimune provocado por glúten, com a acção goitrogénica da soja e o efeito perturbador endócrino do bisfenol-A dos plásticos, temos uma poderosa combinação capaz de promover uma epidemia de obesidade nas nações ocidentais industrializadas e sedentárias.
Foto: Fabrico tradicional de óleo de coco nas Seicheles.
Autores: Dino Sassi - Marcel Fayon, Photo Eden LTD.
Gorduras saturadas, tradicionais e saudáveis
Uma solução para esta situação? A retirada dos nossos pratos dos óleos vegetais, do trigo, da soja e do açúcar e das demais comidas processadas, em favor dos alimentos com os quais o nosso corpo evoluiu e para os quais está efectivamente preparado para lidar: gorduras animais, hortícolas, frutos, raízes, carne/peixe e órgãos, mariscos, ovos, nozes e cereais/legumes ensopados/fermentados sem glúten. Stephan termina chamando a atenção para o óleo de coco, porque sendo a sua gordura essencialmente saturada não interfere com a tiróide, conforme se comprovou no estudo Physiological Effects of Medium-Chain Triglycerides: Potential Agents in the Prevention of Obesity.
Vídeo: Super Foods - The Truth about Coconut.
Poderá aliás ser esta a razão pela qual aumenta o dispêndio energético em humanos e auxilia na perda de peso. Segundo explica, o óleo de coco tem uma longa história de utilização por povos não-industriais em zonas tropicais, apesar da literatura médica não gostar dele e de utilizar o eufemismo "triglicéridos de cadeia média" em referência à sua gordura saturada. Stephan termina mais este excelente artigo referindo que as dietas low-carb são muito úteis para perda de peso, não sabendo especificar se devido à redução dos HC em si ou se devido à redução específica do trigo e de açúcar.
Ligações relacionadas:
Whole Health Source, Stephan
Coconutoil.com - research on coconut oil’s benefits
Thyroid health and virgin coconut oil
A New Look at Coconut Oil, Mary G. Enig
Coconut oil, Wikipedia
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