18 de Agosto, 2009
Exemplos de pequenos-almoços paleolíticos, porque o pequeno-almoço é a primeira e mais importante refeição do dia, não é? Mas será que é mesmo? Ou será esta refeição, na realidade, completamente dispensável?
Foto: 100 pequenos-almoços paleo, Mark’s Daily Apple.
O Mark’s Daily Apple está a bombar que só visto, tantas são as coisas a acontecer naquele magnífico blogue! Veja aqui umas fotos maravilhosas de pequenos-almoços PALEO enviadas pelos leitores do MDA! É sempre bom saber que, na realidade, HÁ ALTERNATIVAS SAUDÁVEIS e muito melhores ao hiperglicémico e insulinémico pequeno-almoço da civilização. O que está a dar é um pequeno-almoço proteico, e com boas gorduras mono e saturadas, que é p’ra começar o dia logo a lubrificar as artérias covenientemente! Não precisamos de bífidos activos nem de outros "xaropes" modernos da civilização. A nossa evolução fez-se, isso sim, à base de BIFES ACTIVOS ao pequeno-almoço!
Ou então simplesmente NÃO COMER NADA ao pequeno-almoço porque, supresa, surpresa, não existe qualquer razão evolucionária para fazê-lo. Ou você acha que os povos do paleolítico, e mesmo os povos primitivos da actualidade, tinham a sua bandeja de comida aos pés da cama todos os dias ao acordar? Nada disso, tinham diariamente de conquistar o seu alimento, de realizar trabalho árduo para o obter. E em vários desses dias simplesmente não comiam nada. Ou até podiam ser comidos pelos seus predadores! Jamais existiu o conceito moderno de 3 refeições diárias, isto é uma invenção recente dos franceses, de há poucos séculos.
E, na realidade, a actual investigação sobre a "utilidade" do pequeno-almoço é altamente contraditória. Alguma dela diz que o pequeno-almoço é fundamental à vida (ideia promovida pelo lóbie dos cereais), e outra mostra que só acaba por aumentar o aporte calórico diário. É por isto que aquela ideia (ou poderemos até designá-la, com mais propriedade, por "mito"?) do "coma 6 a 8 vezes por dia, pequenas porções, bla bla bla", provavelmente mais não é que ciência selectiva, em nome de uma opção conveniente, a de não se pretender abandonar o hábito civilizacional de estar sempre a petiscar.
Inclusivamente, o grupo da paleodieta, liderado pelo investigador internacionalmente mais destacado nesta área, o Dr. Loren Cordain, o qual já esteve recentemente em Portugal numa conferência, através da sua Paleodiet Newsletter Vol.1, nr. 3 dedicada à frequência das refeições, à restrição calórica e à saúde/longeviade, reporta-nos que o padrão de refeições regulares de povos primitivos emergente na literatura etnográfica é o de UMA ÚNICA REFEIÇÃO DIÁRIA, AO FINAL DO DIA OU À NOITE. O consumo de uma única refeição diária é uma forma de jejum intermitente que, em modelos animais, ocasiona uma redução calórica expontânea da ordem dos 30% e, para além disto, melhora a pressão arterial, a sensibilidade à insulina, o funcionamento dos rins e aumenta a resistência às doenças e ao cancro.
Sobre a frequência das refeições de alguns povos primitivos, deixo-lhe aqui alguns exemplos citados pelo Dr. Loren Cordain nessa newsletter:
Meal Times, Intermittent Fasting, Caloric Restriction and Health/Longevity
Meal Timing
"Meal Timing In a similar manner the timing and number of meals one should eat, as it relates to health and well being, is also controversial and not well understood. Many health care professionals as well as the lay press frequently state that consumption of smaller and more frequent meals is healthier than eating larger and less frequent meals. This advice is offered despite the lack of scientific evidence to justify it (3). Studies examining the effects of meal frequency upon health and well being are inconclusive and have produced mixed results (…)
These kinds of controversies typify the chaos and disarray that run rampant in the science of human nutrition. By placing the evolutionary template over the meal controversy hullabaloo, you can gain instant insight into the dietary patterns for which our species is genetically adapted (…)
1. The Ingalik Hunter Gatherers of Interior Alaska: “As has been made clear, the principal meal and sometimes the only one of the day is eaten in the evening.” (22).
2. The Guayaki (Ache) Hunter Gatherers of Paraguay: “It seems, however, that the evening meal is the most consistent of the day. This is understandable, since the day is generally spent hunting for food that will be eaten in the evening” (23).
3. The !Kung Hunter Gatherers of Botswana. “Members move out of camp each day individually or in small groups to work through the surrounding range and return in the evening to pool the collected resources for the evening meal” (24).
4. Hawaiians, Tahitians, Fijians and other Oceanic peoples (pre-westernization). “Typically, meals, as defined by Westerners, were consumed once or twice a day. . . Oliver (1989) described the main meal, usually freshly cooked, as generally eaten in the late afternoon after the day’s work was over.” (25).
The most consistent daily eating pattern that is beginning to emerge from the ethnographic literature in hunter-gatherers is that of a large single meal which was consumed in the late afternoon or evening. A midday meal or lunch was rarely or never consumed and a small breakfast (consisting of the remainders of the previous evening meal) was sometimes eaten.
Some snacking may have occurred during daily gathering, however the bulk of the daily calories were taken in the late afternoon or evening. This pattern of eating could be described as intermittent fasting relative to the typical western pattern, particularly when daily gathering or hunting were unsuccessful or marginal. There is wisdom in the ways of our hunter gatherer ancestors, and perhaps it is time to rethink three squares a day."
Intermittent Fasting
"So let’s get back to the crux of the matter – can how many meals you eat influence your total caloric intake? During the fasting month of Ramadan Muslims abstain from food and drink from dawn until sunset. Numerous studies (17-20) demonstrate that this dietary pattern causes a spontaneous reduction in the caloric intake and a slight weight loss. To date, no clinical studies have examined how a single large evening meal influences weight over the long term – say 6 months or longer. The consumption of a single daily meal is a form of intermittent fasting which in animal models causes them to spontaneously reduce their caloric intake by 30 % (3). Additionally, intermittent fasting reduces blood pressure, improves insulin sensitivity, improves kidney function, and increases resistance to disease and cancer (21)."
Fonte: Paleodiet Newsletter Vol.1, nr. 3.