07 de Junho, 2009
A Gordura Saturada aumenta o risco de Doença Cardiovascular?, por Alexandre Azevedo
Vídeo: "Há gorduras boas?", Plataforma Contra Obesidade.
O consumo de Gordura Saturada está normalmente associada a um aumento do risco de desenvolver patologia cardiovascular.
As recomendações das principais organizações de saúde têm sido no sentido da redução no seu consumo.
A Gordura Saturada encontra-se fundamentalmente em alimentos de origem animal como a manteiga e as carnes gordas, mas pode ser também encontrada em alimentos de origem vegetal como o óleo de palma e o côco.
Porem a gordura saturada não tem sempre a mesma constituição, pode apresentar na sua estrutura Ácidos Gordos (AG) distintos.
Os principais AG encontrados são: AG Láurico; AG Mirístico; AG Palmítico; AG Esteárico.
O importante então não será se o alimento é rico ou não em Gordura saturada, mas sim que tipos de AG compõem essa gordura, porque eles terão efeitos distintos no organismo.
Sabemos então que a Gordura Saturada que se encontra hoje nos nossos alimentos de origem animal alimentados intensivamente e com rações, é constituída fundamentalmente pelo AG Láurico, Mirístico e Palmítico.
Esta constituição parece estar associada a um aumento do Colesterol LDL (chamado de mau colesterol).
Apesar das Complicações Cardíacas terem uma origem diversa e multifactorial (Desequilíbrio entre Omega 6 e Omega 3; Carga Glicémica da Dieta; Inflamação Crónica; Homocisteina; Estilo de Vida desequilibrado…), não deveremos desprezar este facto.
Porém os animais de caça alimentados com pasto, parecem apresentar essencialmente AG Esteárico na sua constituição, AG este com um efeito neutro no nível de colesterol.
Isto explica em parte, porque razão as tribos de Índios que vivem ainda dentro de um padrão de caça, pesca e recolha de alimentos, apesar de consumirem boas doses de Gordura Saturada não apresentam Doenças Cardiovascular.
Uma estratégia que podemos então utilizar no nosso dia a dia, será então preferir carnes mais magras (comer o músculo e não a gordura), ou por outro lado comprar carne biológica criada com pasto e não com rações.
Devemos então privilegiar a compra de bons alimentos, produzidos com qualidade, porque apesar de serem um pouco mais caros, estaremos não só a ajudar os produtores que fazem um bom trabalho em prol da nossa saúde, como também ajudamos a nossa família e nós próprios a viver com mais saúde e qualidade.
Autor: Alexandre Azevedo, Nutricionista.